Espaço distorcia ao seu redor toda vez que fazia a transição. O mundo parecia ser empurrado para o limite do horizonte e, então, retornava com uma velocidade tremenda de volta para o rosto do saltador dimensional. Quando parecia que o universo fosse acertar sua cara, tudo se tornava um show psicodélico de cores com um buraco negro como fim da jornada. A sensação era como se estivesse dentro de uma montanha russa, sem onde se segurar e se tentar sair dela fisicamente, era como dar de cara com um muro à 100 km/h.
O processo era involuntário: Jacarta tomava controle, ainda que só momentaneamente, e fazia o salto. Era sua maneira de tentar se vingar de Lucas e de Nate por forçarem-no ficar enjaulado.
“Boa sorte, babacas!”, a criatura chifruda roxa gritou antes de ser arrastado pelo Neutron Knight de volta para sua cela. Lucas acompanhou no caminho, repousando sua mão sobre a cabeça de Jacarta. Durante aquele momento, os dois eram um e Lucas poderia controlar seu poder, encerrando a viagem.
Todo salto era uma nova realidade. Apenas sorte diria que fim de mundo acabaria chegando. Às vezes, tinham sorte: um lugar pacífico, uma Terra igual a que veio, intervalos assim eram sempre bem vindos. Entretanto, sempre há os pós-apocalípticos, as ditaduras, totais anarquias e assim em diante. O último que estava era decente. Não haviam X-Men, mas haviam mutantes. Estavam em segredo, eventos eram considerado casos isolados. A internet olharia, se deslumbrava e depois abandonava como apenas um viral, desprezando que alguém poderia levantar um carro sobre a cabeça.
“Estamos aqui”, falou Nate, tocando ombro de Lucas.
Caiu sobre o chão de uma sarjeta, molhando o casaco de pelos sofisticado que havia pego para si. Juntou os pedaços dos óculos escuros que tinha no bolso de trás da calça e os juntou dentro da mão.
“Me traz o 1337”, Lucas disse, em seu “mindscape”, apontando para os neutron knights.
Os guerreiros de armadura seguiram para a seção adequada e foram até uma das celas. A personalidade 1337 era um robô pequeno, nem um metro de altura, cinza e seus membros eram todos retangulares e vestia um macacão vermelho. Na sua face, fios de cobre saiam do lado da sua caixa-cabeça e contornavam ao redor dos “olhos” - duas lâmpadas vermelhas - e formavam um óculos. Diferente de outras personalidades, 1337 era pacífico e acompanhou sem estresses. Lucas tocou-o e, com os poderes de reparo de 1337, o óculos escuros do mundo real estavam consertados.
O complexo prisional que formava a mente de Lucas, de Legião, era uma representação de todo trabalho que ele e Nate Grey realizaram para ordenar a mente quebrada do Legião. As personalidades continuariam ali, surgindo espontaneamente, então o trabalho nunca acaba. Personalidades redundantes existiriam (duas que jogam raios, ou duas que teletransportassem, etc.), assim como umas “inúteis” (poder de apertar os botões de qualquer controle remoto à distância, uma que conseguia dizer a hora com exatidão), mas o problema era que, aparentemente, nunca iriam cessar de surgir, apenas reduzir a espontaneidade. No mundo real, Lucas mantinha algum semblante de controle, uma vez que a maioria das personalidades preferiam tê-lo como dominante, tanto por experiência, quanto por conforto.
A mente do Legião era assustadora, mas o mundo a fora era pior para alguns.
O jovem colocou os óculos de sol no rosto e saiu do beco por onde foi teletransportado para encontrar a cidade.
“Bem-vindo à Central City, Reino de Grodd” estava numa placa escrita à giz e sangue, com caveiras humanas penduradas embaixo dela.
“Oh belezinha”, falou Lucas, “Estamos numa das ruins”.