2005
Bradley sempre quis ser algo na vida. Um terço da sua turma havia se transformado em mutantes o que gerou um grande conflito na sua pequena cidade que ficava à poucos quilômetros de Las Vegas. Maioria foram expulsos, principalmente aqueles cuja as mutações eram aparentes em seu corpo, e os mais discretos se esconderam em suas casas com seus pais, fingindo que nada estava acontecendo. O medo das capacidades de cada um deles era muito forte na comunidade. Mas Bradley não tinha medo, pelo contrário, invejava os colegas mutantes. Desde criança lia revistinhas em quadrinhos de super-heróis, então ver seus amigos ganhando poderes... Se ele tivesse um poder, ele finalmente seria um super-herói. Um dia, seus pais o chamaram:
- Filho... Temos algo para lhe contar... Somos mutantes. Sua mãe consegue conversar com pássaros e eu posso comer metal. - contou seu pai.
Não precisa nem dizer que o pequeno Bradley ficou iluminado com a revelação. Se seus pais tem poderes, a chance dele ser mutante também era quase garantida. Depois da conversa, Bradley correu para o quarto para desenhar ideias de trajes que ele tinha enquanto ouvia música bem alto... Sorte dele, pois quando voltou para sala, havia sido destruída por um mecha da Darkwatch que confrontava uma dupla de mutantes do lado de fora do prédio. Bradley agora estava órfão, mas não se deixou abater, pois, agora mais do que nunca, ele tinha um motivo! Ele tinha que lutar pelos pais que morreram pela opressão de sua raça e ajudar na união entre os humanos e mutantes, protegendo os inocentes dos dois lados. Então, vestindo um traje colante vermelho junto com óculos de aviador e um cachecol listrado para proteger sua boca, o Garoto Maravilha foi a Las Vegas para lutar contra os pecadores.
Armado com um taser e proteções de hockey, o Garoto Maravilha encontrou sua primeira chance de ser um herói. Em um beco, uma jovem estava sendo ameaçada por um homem com roupas chamativas, principalmente de cores roxas, e ficava chamando a mulher de "vadia". Bradley entrou no beco e exclamou:
- Pare ai! - gritou com o taser em mãos - Não vou deixar que você continue a machucar essa moça!
- Porra nego, que tu-... - o homem se virou para ver o garoto, todo tremeliquento - Mas que porra é essa?!
Tanto o homem quando a mulher começaram a rir, então Bradley exclamou novamente, mais firme.
- Pare com isso agora! - e, acidentalmente, atirou com o taser, dando um choque no homem, deixando-o inconsciente e babando no chão.
Bradley sentiu bem consigo mesmo, mas depois apagou. A mulher bateu na cabeça dele com um tijolo quando estava distraído com seu feito e agora roubava sua carteira.
- Ele é meu chefe, seu idiota!! Me dá sua grana! - ela falou antes de chutá-lo mais uma vez e sair do beco.
Ele ficou ali alguns minutos ali no chão até ser acordado com um mendigo mijando em cima dele. Continuou deitado para evitar uma nova briga, pois roubaram seu taser também. Quando finalmente estava sozinho, levantou choramingando, se arrastando pelo beco. "Isso foi uma ideia idiota", pensou com o ego em pedaços, "Não tenho nem poderes". Jogou fora os óculos, jogou fora o cachecol, jogou fora as proteções de hockey e saiu do beco pronto para ir para casa.
Mas não conseguiu. As costas começaram a doer e então suas tripas pareciam estar pegando fogo. Ele caiu aos chãos e a dor ficou mais forte. Uma pessoa encapuzada entrou em seu campo de visão, armada com uma faca sinistra. Então, nesse imenso estresse, os poderes de Bradley começaram a se manifestar... Uma luz surgia do ferimento e seus olhos brilhavam da mesma cor púrpura que saia do ferimento.
- O que..o que você fez?.. - Bradley gemia em agonia - .. O que!? Arrgh...
Seu corpo todo se transformava em energia e Bradley continuava sentir a dor a medida o corpo inteiro ardia como se tivesse em chamas. Deixava de ter pele, deixava de ter órgãos e então a dor se foi em um brilho gigante que cobriu toda cidade.
Quando o brilho se foi, mal havia Las Vegas para voltar.
Bradley tinha o pior poder do mundo.
Notas: Essa é uma introdução para nova campanha que estou fazendo: The Harbinger - Ilha 47.
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